Só mais esta taça

A tua voz soou de imediato em minha mente,
Quando em uma tentativa fracassada
Tentei te esquecer me deixando levar por outros braços.
E nessa contradição ridícula
Afinal foi você quem abandonou minha vida
E sou eu quem se esgota de tanto sofrer,
De tanto querer te encontrar em caricias que jamais serão como as suas.
Eu te perdi no momento em que teus olhos se esquivaram dos meus
E em outros olhos passou a se estabelecer, e se perder, e se encontrar.
Ele me oferece mais uma taça de vinho
E eu só sei confundir seu nome e pedir desculpas,
E no meu intimo te buscar, me perguntar onde está
Quando de fato já sei.
Aceito então, só mais esta taça
Em apoio ao meu esforço insistente de deixar-te no passado,
Enquanto perco a noção do que faço
E me refaço
Correndo na direção contraria às suas lembranças.



Mais uma taça de vinho e que venha de brinde melhores inspirações, por favor.

2 comentários:

  1. Esquecer nem sempre é possível, pois cria-se dentro da gente um oceano de amor, que o tempo não destrói. Belas palavras. Beijos.

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  2. O mais marcante no seu texto foi justamente a taça de vinho. Imagino-a bêbada, buscando seu único refúgio com certa urgência, enquanto ele desvia o seu olhar para um ponto além dela, sua boca soltando frases sem nexo e ela vagamente as entende. Bem, ela sabe, porém não aceita. E pede mais uma taça, e mais uma, precisa de mais uma outra. Qualquer coisa que a faça perder este resquício de consciência.
    Achei belíssimo, apesar de ser inegavelmente melancólico. Não acho que faltou inspiração, você escreveu sobre uma tentativa de fuga tanto usada, mas tão inútil... Eu achei particularmente lindo isso. Vá entender haha'

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