Enough of love!



... Mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você. Ah, dane-se Roberto Carlos! Chega de melancolia e achar que tudo isso é lindo, porque não é. Retornando às raízes descobri que não gosto muito do amor – e isso se revelou quando eu era ainda criança em meio a brincadeiras e “ele gosta de você”. Já revelei diversas vezes meu lado ignorante e chata ao amor e acho que ele se assustou um pouco e permaneceu durante muito tempo longe. Até que um dia desses ele me encontrou, retornou com todas as forças, me testando – ou se vingando. E eu estive tanto tempo afastada que no momento me encontrava desprotegida. E ele veio, me arrebatou e me transformou. A garota durona chorou, brigou com os pais e pensou em desistir dos sonhos pelo amor. Vi-me outra mulher, sensível, dramática, que daria a vida pelo romance barato que vivia. Quase me perdi, quase me deixei levar por este sentimento traiçoeiro que te faz planejar mundos e fundos pra te fazer sofrer depois. Mas sempre há quem seja nossos olhos nestas horas e que nos faz enxergar, sempre há.
Que se danem as músicas de Roberto e as histórias de Shakespeare, Julieta foi idiota em se apaixonar pelo inimigo e a gente ainda chora por achar linda a história que terminou em morte. Chega de fantasiar o mundo. Por trás deste vermelho há escuridão e melancolia. Vamos investir no cérebro ao invés do coração, pois tal só te faz tomar decisões estúpidas e que você se arrependerá depois. Não vamos nos enganar e ver beleza no que te faz enlouquecer e chorar. Tanto se ouve que para amar é preciso mudar, mas quem foi que disse que eu estou disposta a isso? Ninguém vai invadir a minha privacidade, ninguém vai deixar toalha molhada em cima da minha cama, ninguém vai me fazer perder o sono. Eu não estou disposta a abrir mão do que sou só pra dizer que mudei por amor. Quero ser eu mesma o motivo da mudança, evoluir e amadurecer.
Em cada bar, em cada esquina, gente se embriaga e passa vexame. Adquirem novos vícios, novos problemas, novas dores. Estas pessoas alimentavam uma felicidade fictícia enquanto supostamente amavam, com o tempo o amor tomou delas o que mais lhe valiam, a vida. Tomou conta e quando se foi uma parte delas foi junto. Que amor é este tão lindo que deixa tantos estragos?
Não vou deixar que me leve e me tome. Não vou tornar minha vida um cigarro do qual o amor traga e me deixa em cinzas. Vamos abrir mão da cegueira, da dependência, da prisão. De tanto tocar no rádio Tom Jobim te fez acreditar que “é impossível ser feliz sozinho” e você pensa que é o fim do mundo não ter ninguém do seu lado. Faz simpatia, apela para santo, liga pra todos os ex-namorados só pra voltar a sofrer. Você acha lindo sofrer, acha que está vivendo um grande amor e que faz parte abrir mão de si mesma e quando vê, está bebendo e se afundando num lamaçal de lamentações, “Ah, eu devia ter deixado o meu sonho pra lá..”, “Ah, eu devia ter mudado.. “ Ah.. Ah. Maldito seja quem inventou a carência, que desde os anos da pedra nos faz crer que precisamos de amor.
Stop now! Digo a mim mesma: Eu não preciso de amor! Eu não preciso de ninguém!
Eu já percebi que não nasci pra amar, sou egoísta, não gosto que invadam minha vida e me encham de mensagens românticas da qual me sinto na obrigação de retribuir. Vá procurar outra pra iludir porque aqui não, aqui tem amor-próprio suficiente. Aqui, meu caro amor, neste coração blindado você não vai tornar-se o centro das atenções, não será posto num pedestal. Eu posso muito bem ser feliz sem você.



"Há um motivo para dizer que eu seria mais feliz sozinha. Não foi porque eu pensei que seria mais feliz sozinha. Foi porque eu pensei que se eu amasse alguém, e depois acabasse, talvez eu não conseguisse sobreviver. É mais fácil ficar sozinho. Porque, e se você descobrir que precisa de amor? E depois você não tem mais. E se você gostar? E depender dele? E se você modelar a sua vida em torno dele? E então... ele acaba. Você consegue sobreviver a essa dor? Perder um amor é como perder um órgão. É como morrer. A única diferença é que a morte termina. Agora, isso? Isso pode continuar para sempre."
- Grey's Anatomy

11 comentários:

  1. Eu sou um pouco assim também. Meio desconfiada e tudo mais...
    Mas, já é natural do ser Humano se atrair por outro e se apaixonar. Daí quebramos a cara e começamos tudo de novo.
    Eu costumo dizer sempre no meu blog que adoro a melancolia. Que amor bom, é aquele que faz sofrer e tudo mais...
    Vai de cada um,rs
    Adorei o texto e seu blog. Sempre que der, estou de volta!
    Já estou seguindo também.
    Beijos

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  2. Acho que a desconfiança é do ser humano e isso não tem como mudar. Conhecemos, nos encantamos, gostamos, amamos, a ficha cai e não é amor ou simplesmente foi algo platônico. A questão é antes de amar, ter amor próprio. O detalhe é aprender a se amar,antes de amar alguém. Amei o blog, estou seguindo! (:

    http://cappuccinoeaconta.blogspot.com.br

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  3. Sou desconfiada demais,e o amor é uma droga. ):
    E aprendi que ninguém pode nos amar senão nos amarmos primeiro.

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  4. Acho que esse texto me descreve, haha.
    Minhas amigas até falam que eu tenho "coração de pedra", porque eu nunca morro de amores por ninguém, porque eu acho tudo meloso demais. Mas acho que as pessoas precisam de um pouco mais de amor proprio, isso evita muito rímel borrado. Tem até uma frase que eu gosto bastante: "Não procure alguém que te complete. complete a si mesmo e procure alguém que te transborde."

    Adorei o blog, seguindo

    / maseusoumeiga.blogspot.com

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  5. Ai Ana, já passei tanto por algo do tipo também. Mas como nunca me convenço já Odiei o amor e já odiei odiá-lo. Comigo, essa duplicidade sempre andou lado a lado. O melhor disso tudo, no fim das contas é ter esse amor que todos procuram tanto dentro da gente, e eu vi pelas suas linhas que isso voce tem de sobra. Amei, mesmo! Beijos, Bia

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  6. Ana, você está escrevendo cada vez melhor, menina! Nossa. Parabéns, mesmo. ♥
    Só posso concordar com essa argumentação do texto: temos de nos amar em primeiro lugar. Pode até ser que um amor maduro e bom nasça mais tarde, mas a nossa juventude é o momento no qual devemos nos focar em amar a nós mesmos e correr atrás do que queremos.
    É como aquela frase: ame ao próximo como a ti mesmo, não mais do que a si mesmo.
    Acho que é bem por aí.

    Beijo!

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  7. EU PIREI O CABEÇAO COM ESTA CENA DO GLEE!
    *____________*
    Achei seu post, assim como o blog, totalmente maravilhoso. A forma como vce abordou este assunto, de amor próprio, me deixou arrepiada.
    É uma lição difícil, mas se todo mundo aprtendesse, com certeza o número de sofrimento diminuiria.
    Se puder e quiser flor, segue meu novo blog?

    Beijo flor!

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  8. O amor não causa dor e nem tristeza, o que causa é a ausência dele. A má utilização dele. As pessoas se utilizam de sentimentos para usar pessoas, isso causa traumas e dores eternas. Mas o amor, em sua verdadeira essência, é belo e perfeito. O que invenena tudo são as pessoas.

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  9. Ana, mas que veneno isso kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

    Olha, é um tanto quanto complexo, eu sei e muito debatido. Porém, aquelas pessoas que mais dizem ser fortes, aquelas que mais optam para a ideia de viver sozinho, geralmente são aquelas que são "pegas" de uma hora para outra e não há como soltar.
    Eu cuspi tantas vezes para o alto que acabou caindo no meu prato. Não que vá acontecer com você, mas né...
    Estamos aqui, vivos, vivendo (ao menos é este o intuito), logo, estamos cabíveis a tudo. Afinal, quem muito afirma, muito pode se surpreender.

    Beijão, bela.

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  10. Cai aqui por acaso e, nossa, amei teu texto! hahaha
    apesar de eu pensar diferente em certos aspectos, acho que em um, todo mundo deveria concordar, que é o de se amar em primeiro lugar.
    Achei lindo seu texto, li outros também.. Também escrevo e acho que por isso, adoro ler outros pensamentos, outras visões de mundo e etc. Já estou te seguindo pra poder acompanhar seus textinhos hehehe
    Beijo

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  11. Oi ana,

    Adorei o seu blog, e os textos são ótimos!

    Me faça uma visita tbm..

    http://calcinhasexy.blogspot.com

    inté :*

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