Amor ou Reputação?

Olha para o relógio enquanto o sol reflete nas folhas brancas do caderno, doendo-lhe as vistas. Vira novamente o rosto e lá estava ele, vindo em sua direção, com um sorriso singelo nos lábios e o óculos quadrado,que sempre lhe deixava tão atraente. Ela tenta recuar os pensamentos, e uma vontade de contrariar seus planos reaparece em meio aos destroços, porém já tarde. Tenta disfarçar o tristeza aparente com um sorriso torto, daqueles que se entende “está tudo muito bem”. Ele senta-se ao lado dela.
  • Eu não posso mais suportar estes encontros as escondidas no colégio Marina. - sorri Pedro, enquanto vai abraçá-la, sendo levemente rejeitado.
  • E o clube de xadrez? Tem tido muitas vitórias ultimamente?
  • Não, Gerson descobriu minhas outras táticas, depois que você disse lhe minha principal. - diz entre risos.
  • Ah, me desculpe, mas não era muito difícil também de descobrir... - devolve-lhe o sorriso.
  • Não, não era... - abaixa os olhos enquanto parece viajar em pensamentos. - Você queria falar comigo?
Ela sente um nó travar-lhe a garganta, finalmente havia chegado o momento que ela sempre planejara, e agora que enfim chegou, teme. Teme a reação de Pedro, seu desabafo egoísta, as lágrimas.
  • É... eu nem ao menos sei como dizer.
  • Simples, liberte o que há, a verdade é o que mais valorizo em ti. - teus olhos a prende. Aquela frase dele sempre a encurralava. O que faria agora? Nem mesmo ela sabia.
  • Eu... vou entrar pra companhia de teatro municipal.
  • Ah, que ótima notícia Marina. Fico imensamente feliz. Quando serão os ensaios? - Ele toca os joelhos dela – É, porque preciso ir vê-la, conhece meu senso critico.
  • Verdade... mas, não é só isso, eu... quer dizer, nós... - e em uma rápida tentativa de terminar aquela conversa logo, falha.
    Permanecem sem compreender um ao outro, em um silêncio reciproco.
  • Está ruim assim, e, toda esta diferença... - diz Marina, a espera de uma reação triste de Pedro.
  • Eu sei, mas é você quem quer assim, por mim seria tudo as claras. - ele coloca seus braços ao redor dela.
  • Pedro, não é isso...nós... eu quero terminar. - e ele, finalmente a encara. O sino bate. Pedro lentamente se afasta de Marina.
  • Eu não estou entendendo...
    Ela tenta ser rude, mas falha novamente. Aquele olhar pequeno por trás dos óculos quadrados desarma-a.
  • É... por causa... por causa das suas amigas não é? Você coloca a opinião delas e de todos diante qualquer coisa na sua vida... eu devia imaginar. - diz meio a soluçar, enquanto as lágrimas embaçam seu óculos.
E em uma difícil despedida, Marina toca pela última vez teus lábios no rosto de Pedro. Ele se levanta, respiração forte, ela vê o se afastar a passos largos, e antes de virar o corredor estreito, olha-a novamente, com os olhos a transbordarem a tristeza que teu peito apertava.
Marina encaminha-se pela mesma saída daquele beco, atrás de todas as salas vazias. Nem mesmo continuar na aula queria, pois sabia que ao final Pedro a procuraria, e ela não saberia o que faria, talvez desistisse diante sua fraca perspectiva de levar aquele fim adiante. Ao passar então pelo mesmo caminho de Pedro, avista o papel rabiscado semelhante as folhas do caderno “Clark Kent” dele. Abaixa-se curiosa, como quem já sabe oque irá encontrar, lê. Teus olhos se chocam com as palavras tímidas ali escrita.

"Me sinto muito feliz por você estar dando uma chance a este sentimento. Você é bem diferente do que todos dizem. Só precisa me provar agora que me leva a sério, quer namorar comigo?"
Pedro

Amassou o papel e os seus olhos se encheram de lágrimas derramando o que ela temia. Havia o sentimento, sim. Terminou para evitar conversas paralelas de seus amigos. Mas o que valeu mais: reputação ou o amor? E um arrependimento lhe fez doer o peito quando a segunda opção passou como um “flash back” de recordações. Havia perdido quem te amava tanto.

Conto escrito para a 85º Edição Conto/história do Bloínquês. Não sei se ficou muito bom, mas estamos aí na concorrência. Beijos.
Nota: 9,33 

7 comentários:

  1. Uau, que lindo.
    Acho que o amor tinha que falar em primeiro lugar, e se fosse verdadeiro, os amigos hora ou outra iriam compreender :/ muito muito lindo, boa sorte no projeto.
    http://senhoritaliberdade.blogspot.com/

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  2. Eu acho que o amor deve falar mais alto que a reputação.... sempre.

    backstage-gi.blogspot.com (post novo, comenta?)

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  3. Odeio isso... Colocarmos o que os outros pensam de nós acima de nossos sentimentos.
    É muito triste que a sociedade venha meter o bedelho em tudo. E pobre Pedro! Ele deve estar muito mal...
    Escreve uma continuação? Não pode terminar assim :'(
    Hahaushau ok estou pedindo demais. Mas o texto está lindo viu?
    Beeijos!

    Recantodalara.blogspot.com

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  4. Deus, quase chorei lendo seu texto oO Acho que foi o efeito da música que tava tocando no seu blog, sério KKK
    Aliás, qual o nome dela? Eu curti he
    http://www.prontaparacrescer.com

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  5. Ana, vim aqui conferir o novo visual e fiquei encantada, que lindo amor, nossa estás de parabéns pela criatividade e pelo belo conteúdo.

    Sobre o post, já passei por isso e aprendi que devo me importar com que eu sinto e não com que os outros pensam. As pessoas não serão felizes por mim.

    Adorei tudo por aqui, como sempre. Beijos ♥

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  6. Que lindo, muito fofo, você escreve com tanto sentimento, nem sei direito o que dizer, é difícil explicar quanto gostei do texto e você ainda pergunta se ficou bom? Não está bom, está simplesmente ótimo!

    Voou seguir seu blog, adorei tudo aqui. Retribuindo a visita no meu blog Dear Diary Sucker, e avisando que fiz um novo post, uma resenha de um livro, espero que veja!

    Bjss

    http://agarotaperfeitatemdefeitos.blogspot.com/

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  7. Awn que triste :( O amor é mais importante do que qualquer reputação. Belíssimo texto.
    http://www.dinhacavalcante.com/

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