Cansei-me de
se cansar.
A todo o
momento me lamento, lamento
E sustento
sempre as mesmas indignações,
Estas que já
parecem clichê em minha boca.
Há tempos
não faço, não procuro, não escavo
Esta bendita
vida que eu insisto em dizer que entendo,
Mas que
tormento!... Eu sempre lamento.
Das flores,
superficialmente vejo beleza
Nada mais
que cores a ostentarem um lado bom disso tudo,
O lado bom
deste enigma, que me intriga
Que me
instiga, mas que não me permite mais mover uma só palha.
Onde foi
parar meu eu?
Eu que tanto
digo entender, entender o que?
Eu não passo
desta mulher vitima dos sonhos,
Nada sei,
nada entendo, e o que procuro? O que lamento?
Eu vejo
pessoas internamente putrefeitas
Sujeira humana,
sombra social
A falsidade
de tão cheia reclama de si mesma,
Querendo ser
flores, ironizando a essência,
Brincando com
a nossa consciência.
Onde foram
parar os amores?
As canções
verdadeiras?
Os sentimentos bons?
A certeza de
que haverá uma saída no fim desta vida,
Onde foi
parar a fé nas pessoas, em Deus?
Procuramos
beleza na podridão,
Companhia na
solidão,
Carinho no
agressor,
Perfume no
mais desconhecido odor,
Somos superficiais
ou de tamanha inocência que nem si quer notamos
O quanto
buscamos onde não há vestígios de cor, beleza, amor.
Eu me cansei
de se cansar,
Cansei de
lamentar,
Cansei de ser
mais uma a tentar a sorte
Enquanto a
morte pesca os bons e prolonga a vida dos perversos.
Vou
atravessar a fronteira
Sei lá eu se
há outra maneira pra ser feliz,
Mas buscarei,
E com toda
minha alma ostentarei
O mar azul e
as míseras coisas boas que ainda existe
Além deste
horizonte ultrapassado.
E quem sabe
volto a este lugar acinzentado
Só pra
extasiar com estas cores quem mereceu minha atenção.
Quem sabe
volto com a resposta que o mundo tanto procura
Com motivos
infinitos pra nunca mais sofrer, chorar, se lamentar.
Incrível Ana.
ResponderExcluirFoi um verdadeiro "pare e reflita".
Eu também vivo buscando respostas em coisas que não tem. Peço demais e não faço questão de querer. Simplesmente as coisas estão perdendo o foco, vida, cor e sabor. Isso dói, pois antigamente tudo era mais puro, verdadeiro e tinha uma forma diferente de sentir. Agora estou aqui refletindo muito sobre que eu li e tomara que um dia eu encontre minhas próprias respostas.
Beijos! ♥
Isso acontece, sobretudo, com aquelas pessoas que pensam em demasia e não conseguem parar um segundo de ter as lindas sinapses. É otimo encontrar pessoas assim, que não deixar de refletir, analisar e transformar isso em palavras para dividir com outros tantos.
ResponderExcluirBeijos.
Simplesmente maravilhoso. O melhor texto seu, sem dúvida. Vê-se nas linhas experiência, vontade de vencer e um mundo nu, cru, desencarnado. Visão de um verdadeiro poeta que sofre, mas sabe que ainda existe felicidade.
ResponderExcluirQuisera eu tecer palavras tão bonitas para esse sentimento que carrego em comum com você, Ana querida. Obrigada, antes de mais nada, pelo texto lindo. Além de belo ele foi enfático e preciso nos fatos. Foi uma verdade sem meios termos, que a gente tanto precisa ouvir. Cada vez mais seus versos me tocam mais profundamente. Gosto disso. Beijos, Bia.
ResponderExcluirSimplesmente amei e, acabei me identificando muito. Você escreve incrivelmente bem, Parabéns!
ResponderExcluirnossa, parabéns. Escreve muito bem.
ResponderExcluirhttp://doseadolescente.blogspot.com.br/
Estava inspirada quando escreveu esse poema hein? Tá de parabéns, gostei muito (:
ResponderExcluirhttp://primeirapessoa-dosingular.blogspot.com.br/