Confesso


Não habita em mim as melhores certezas
De dez palavras, oito são confusas.
Aos meus defeitos sempre estou presa.

Confesso que sou dessas que lê mensagens antigas,
Que sorri sozinha com a lembrança,
Que gagueja e se esquece do que ia dizer
Se do meu lado estiver você.

Bobeiras minhas, não leve a mal
Sou poeta e meu dever é dizer tudo,
E não é minha culpa viver pensando em você,
Desde a manhã até o anoitecer.

Segurança não é meu forte,
Mas eu queria ter a sorte
De te encontrar em uma esquina qualquer,
E que você me provasse algo contrário a tudo que já passei.

Mas se nada for o que penso perceber
Se tudo isso for coisa da minha cabeça,
Diga-me sem pausa, com todas as letras
Antes que eu me apaixone mais por você.

Carpe Diem


Eu poderia novamente escrever-me nestas linhas, encher a página de desgosto e mágoa, mas a monotonia me cansa - mesmo que às vezes eu não consiga fugir dela. E por hoje, por essa noite, eu quero ser um pouco diferente (ou clichê, como muitos irão pensar quando terminar de ler esse texto).
Nós não somos mais os mesmo. Perdemo-nos da criança que havia em nós, e muitos, da própria essência. O que sai de nossa boca, em maioria são reclamação e negatividade. Todos os dias repetimos “o tempo passa”, mas não fazemos nada para que esse tempo seja bem passado.
Um dia me perguntaram: “O que você contará para seus netos?” A partir daí eu olhei à minha rotina e percebi que dalí não extrairía muita coisa útil. Olhei para a minha mente, pra minha alma, e percebi que guardo muitas coisas inúteis. As pessoas estão cheias disso: coisas ruins que as amargam por dentro, das quais não conseguem se libertar.
Precisamos de mais sorrisos de felicidade sincera, aquela que já amanhece junto ao dia. Precisamos nos libertar do estereótipo que a mídia prega e perceber que independente de altura, peso e cor, todos possuímos uma beleza, um sorriso e coração que é só nosso.
Precisamos ter algo em que acreditar, pois é a crença que nos mantém firmes. Ninguém sabe do fardo que o outro carrega então vamos deixar o julgamento de lado, e ao invés de condenar, tentar ajudar.
Precisamos de mais brilho nos olhos, abraços, romances, alegrias. Usar a positividade a seu favor. Deixar de chorar pessoas idiotas que te abandonaram por uma gostosa ou um playboy e se amar mais, fazer a sociedade te ver com olhos de admiração, não de piedade. Eleve sua auto-estima e abra os olhos para quem gosta de você pelo que é de verdade.
Vamos pintar as paredes, as rotinas, a vida. Vamos encher o lixo com as coisas que nos trás recordações tristes, coisas que nos prendem ao passado. Pegue um ônibus e visite lugares verdes, com cheiro de natureza e com silêncio.
Aprenda a separar os tipos de amigos. Tire um tempo para um hobby.  Não esconda teus gostos para agradar os outros. Seja diferente, tenha conteúdo. Se apaixone, viaje, saboreie coisas novas, batalhe pelo que quer, e erre, erre pra valer, pois só assim aprenderá o que a vida vive querendo te ensinar.
E então se chegou até estas linhas finais você deve ter me achado clichê demais. E eu sei que o que disse aqui estão cansados de ouvir, mas acho que se tudo isso estivesse constantemente passando em nossas TVs, estampado nos outdoors das ruas, e por todo lugar que fossemos, aí sim você praticaria isso  um pouco mais. Você pode até dizer que não, mas a sociedade te interfere sim (e eu juro que não entendo, porque ao invés de progredir, regredimos).
A vida é extremamente única, não a perca. Há tanta coisa boa com que se importar, não se prenda a rancor ou mágoa. Liberte-se da monotonia e seja feliz. É como dizem... “Carpe Diem”.



"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."
Carlos Drummond de Andrade

Meu sei-lá-o-que pessoal


Se ontem os dias corriam emaranhados, hoje são lentos. Estou a beira do tudo ou nada e meus olhos lacrimejam essa vontade de entender a mim mesma, entender do que preciso para explodir sentimentos pelo fato de o que desejo esta se realizando.
Quando olhei para as estrelas elas não estavam lá, uma neblina deixava a vista apenas o frio e a lua. Não está sendo suficiente. Estou simplesmente deixando os dias passarem da forma que quiserem, estou delegando a quem quiser momentos felizes. Mas tudo tá tão lento, tão resolvido, tão vazio...
Só parece surreal. Estes incentivos encorajadores que recebo ao longo dos dias da semana. Estas coisas que se ajeitam perfeitamente para que tudo dê certo. Esta realidade que se aproxima conforme os dias. Esta rotina que se desprende aos poucos de mim como as folhas secas de uma arvore.
Eu sou esta folha seca. Eu me embriago do que ainda tenho. Normalmente o decorrer é comum e promissor, mas estas noites... Ah, elas me enlouquecem com sua confiança suspeita, com o silêncio que nada me diz, e é em teu silêncio que se confunde minha alma.
Minhas palavras mais parecem sem nexo, já que estou refletida nelas. Pareço não ter despertado ainda e estar vivendo um dos sonhos mais longos e mudos que já passei. Pois tudo passa como se fosse um filme mudo. E a voz que eu preciso ouvir não se faz presente.
E dentre estes dedos nervosos em escrever frases que não tem rumo certo minha mente paira sobre o silêncio. É só isso que tenho. É só isso que sinto. Silêncio. Dizem-me o que sempre quis ouvir. Silêncio. Aprontam minhas malas. Silêncio. Ou então me subestimam. Silêncio.
“Por que enchi estas linhas de confusão?” – Pergunta meu inconsciente que tem o que eu procuro, esse sei-lá-o-que. E eu instantaneamente me baseio no que as estrelas poderiam ter me dito e na vontade de me encontrar para um papo casual no fim da tarde, só eu e minha alma. Talvez ela dê uma demonstração da sua linguagem e me faça parar de buscar tanto e simplesmente deixar acontecer – ou me encoraje a buscar este sei-lá-o-que que tá faltando em mim.